nunca se sabe o que nos pode passar pela cabeça

Vivo a procurar saber se estou vivo, se estou a sonhar, se vivo sonhando, ou se sonho vivendo. Não agito os comuns problemas existenciais do amor e da morte, apenas me coloco, sempre que posso, no lugar de observador. E, de certa maneira, sou quase feliz porque não pretendo sê-lo de qualquer maneira.
António José Costa Carneiro | Cria o teu cartão de visita

06/04/10

Ser Jovem Hoje

tirei da net,:

Ser-se jovem hoje significa preparar-se para ter várias actividades profissionais ao longo da vida. (...)E têm de estar preparados para que a única constante da sua vida seja a mudança.
Marcelo Rebelo de Sousa




MRS – Temos aqui vários problemas e um deles é um problema de vocação. Há grandes diferenças entre ser-se jovem hoje e há 30 ou 40 anos. Porquê? Ser-se jovem hoje significa preparar-se para ter várias actividades profissionais ao longo da vida. Eu fui educado para ser uma coisa ao longo da vida. Professor de Direito toda a vida. E na Faculdade de direito de Lisboa, perto do sítio onde vivia a minha família. E isso acabou. A pessoa vai ter várias actividades profissionais ao longo da vida e nem imagina quais. Seja no mundo, na Europa ou em todo o país. E para isso há coisas que são fundamentais. Que não é necessariamente o empinar muito ou memorizar. Embora seja útil. Em primeiro lugar saber resolver problemas equilibradamente. Segundo lugar, saber comunicar. No séc. XXI quem não souber comunicar vai ter uma dificuldade imensa, inclusivamente pelas novas tecnologias da informação. E saber localizar no tempo e no espaço. É uma coisa que dificilmente os jovens sabem. E depois ter alguns valores de base à luz dos quais sabem optar. E têm de estar preparados para que a única constante da sua vida seja a mudança. O que é uma perspectiva de crise, vão viver permanentemente em crise. É uma utopia a ideia de que a vida é uma estabilidade. A vida é uma instabilidade crónica. E aquilo que se considerava como felicidade, que era a pessoa ter uma carreira feita numa empresa, ou no mesmo sítio, hoje é sinal de falta de imaginação, de falta de coragem e de iniciativa. Tomada a questão assim, o primeiro problema é saber qual a vocação inicial, depois vão mudar. Tenho falado com imensos jovens que não fazem ideia por onde começar. Nem eles, nem os pais, nem os namorados, nem os amigos. As pessoas falam pouco umas com as outras e consigo próprias. E depois não se conhecem. Acham que o problema se resolve escolhendo um curso. Ora o curso é um instrumento, é um meio, não é um fim. Depois o que acontece é que escolhem cursos errados. Mais valia as pessoas conhecerem-se. Saberem exactamente por onde querem começar. Que tipo de aptidões e limitações têm, onde é que as vão exercitar e o que é que as torna mais felizes. Mesmo os que acertam na vocação acabam por não ter lugar em Portugal. Para os jovens de hoje a sua sociedade é o mundo. Tenho pena que isso aconteça, mas muitos jovens têm mesmo de procurar trabalho lá fora.

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