nunca se sabe o que nos pode passar pela cabeça

Vivo a procurar saber se estou vivo, se estou a sonhar, se vivo sonhando, ou se sonho vivendo. Não agito os comuns problemas existenciais do amor e da morte, apenas me coloco, sempre que posso, no lugar de observador. E, de certa maneira, sou quase feliz porque não pretendo sê-lo de qualquer maneira.
António José Costa Carneiro | Cria o teu cartão de visita

30/04/10

O acto poético é o empenho total do ser para a sua revelação.



O acto poético é o empenho total do ser para a sua revelação. Este fogo de conhecimento, que é também fogo de amor, em que o poeta se exalta e se consome, é a sua moral. E não há outra. Nesse mergulho do homem nas suas águas mais silenciadas, o que vem à tona é tanto uma singularidade como uma pluralidade. Mas, curiosamente, o espírito humano atenta mais facilmente nas diferenças do que nas semelhanças, esquecendo-se, e é Goethe quem o lembra, que o particular e o universal coincidem, e assim a palavra do poeta, tão fiel ao homem, acaba por ser a palavra de escândalo no seio do próprio homem. Na verdade, ele nega onde os outros afirmam, desoculta os que os outros escondem, ousa amar o que outros nem sequer são capazes de imaginar. Palavra de aflição, mesmo quando luminosa, de desejo, apesar de serena, rumorosa até quando nos diz o silêncio, pois esse ser sedento de ser, que é o poeta, tem a nostalgia da unidade, e o que procura é uma reconciliação, uma suprema harmonia entre luz e sombra, presença e ausência, plenitude e carência. Essa revelação do poeta, e dos outros com ele, essa descida ao coração da alma, de que Heraclito encontrou a fórmula, essa coragem de mostrar o que achou no caminho – e nunca é fácil, nem alegre, nem irresponsável revelar o que se encontrou ou sonhou nas galerias da alma – é o que chamarei agora dignidade do poeta, e com ele a do homem. Porque é sempre de dignidade que se trata quando alguém dá a ver o que viu, por mais fascinante ou intolerável que seja o achado.

Existem sonhos nos olhos mas não os guardas contigo

"As mulheres podiam ser uma excelente companhia na vida de um homem se não tivessem o inconveniente de terem sido dotadas, em partes semelhantes, de beleza. inconstância e perfídia"

Manuel Jorge Marmelo













foto aj carneiro

26/04/10

E eu te direi: amiga minha, esquece... Que grande é este amor meu de criatura Que vê envelhecer e não envelhece.

Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Vinicius de Moraes
(1913-1980)

A vida é um eterno recomeço....Life Starts Now....Parabéns Mãezinha, este também é o teu dia.

25/04/10

desembarcar nas ilhas misteriosas. Contar-te o mar ardente e o verbo amar.


Coisa Amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como dói

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.

Manuel Alegre

Special Moments

É preciso ter muita sensibilidade, amor e arte para fazer os belíssimos trabalhos com que nos brinda esta talentosa artista de Belo Horizonte do Brasil, Ana Carolina. Visitar o seu site é um prazer para os olhos.


Perder ou ganhar, fazem parte do jogo da vida. O mais importante é viver o jogo só pelo jogo de viver..



















foto aj carneiro

25 de Abril. Sempre!

Ainda não é preciso lembrar que dia é hoje!
Felizmente.
Mas já faltou mais. Pouca gente se lembra de há quanto tempo aconteceu a revolução que nos trouxe a liberdade. 36 anos?!.Pode lá ser? Há tanto tempo assim?
Pois é. Passaram-se tantos anos e muitas esperanças desfeitas também. Aconteceu que a liberdade veio e foi-se embora quase toda pouco tempo depois. Apetece-me dizer isto. Tenho de dizer isto em meu nome porque sinto que os portugueses não sabem que estão a ser cozidos lentamente no óleo dos grandes interesses do capitalismo saloio de marca lusitana. Resta-nos, penso para mim, a sensação de que temos a liberdade que merecemos (pelas escolhas que fizemos ou não soubemos fazer) e não aquela que deveria ser nossa por direito divino ( ou coisa que o valha) distribuída à humanidade.
O que faz falta é animar a malta, o que faz falta. Dizia-se em 1974. Pode ser que não demore a necessária reanimação do espírito democrático, igualitário e libertador da revolução dos cravos que está moribunda há demasiado tempo.
A esperança é a ultima a morrer!.... (e eu até sei que é verdade isso porque conheço o casal Resende em que o marido já morreu e a Dona Esperança ainda é viva, felizmente)

Viva a Liberdade!
Porque...
25 de Abril Sempre!





.
E depois do amor
E depois de nós
O Adeus
O ficarmos sós.

Desenhas os risos e um novo medo....Rasgas-me a roupa sem qualquer pudor mas eu ainda não estou inteiro contigo...ficamos de pensar só depois....tu, eu....

Certo ou errado? Depende...


Certo ou errado? Depende sempre da perspectiva e do coração do observador.

Mas... e há sempre um "mas"…há outros resultados possíveis, como, por exemplo, um "Mas" e um "Talvez".
O mais difícil costuma ser ter que enfrentar o vazio de um mortal "Mas" quando aliado a um venenoso "Se" e um irresolúvel "Talvez".

Só nos restará…o quase nada e seguir vivendo para esquecer. 

aj carneiro

Quem és tu de novo?

23/04/10

A call to arms





This is a call to arms, gather soldiers
Time to go to war
This is a battle song, brothers and sisters
Time to go to war

Did you ever believe?
Were you ever a dreamer?
Ever imagine heart open and free?
Did you ever deny?
Were you ever a traitor?
Ever in love with your bloodless business?

This is a call to arms, gather soldiers
Time to go to war
This is a battle song, brothers and sisters
Time to go to war

A chama azul do fogareiro













Eu e minha octogenária mãe, estávamos a almoçar enquanto na televisão dava o programa da Praça da Alegria na RTP. Ouvimos uma fulana a falar do livro que escreveu sobre a sua vida e o episódio que a marcou para sempre quando ela era uma criança de 3 anos.
A minha mãe disse-me que também um dia apanhou um susto enorme mais ou menos no princípio do seu casamento quando eu ainda gatinhava.
Aconteceu que, por breves instantes me deixou sozinho em casa, na cama a dormir, enquanto foi à mercearia comprar qualquer coisa que lhe fazia falta para cozinhar. Em cima de uma mesa deixou um fogareiro de petróleo, comprado havia pouco tempo, com uma panela de sopa de feijão ao lume, tal como contava a entrevistada da tv.
Quando regressou, andava eu a gatinhar debaixo da mesa e tentava agarrar-me ao que estivesse à mão para me pôr de pé e alcançar o que estivesse em cima da mesa.
Contrariamente ao que aconteceu com a autora do livro que se queimou gravemente em todo o corpo quando se agarrou ao fogareiro, entornando sobre si a sopa da panela, eu fui salvo pela minha mãe. Foi o que me disse, emocionada  com a recordação triste e impressionada também com o trágico testemunho da escritora.
Nunca tinha ouvido falar deste episódio da minha vida que associado ao depoimento da tv me fez pensar na importância que, sem darmos conta, o acaso tem em toda a nossa aventura neste mundo.
Se a minha mãe se tivesse atrasado uns segundos que fosse no regresso a casa talvez.....e toda a minha história seria diferente depois disso.
Nunca se sabe.
Não sei se foi sugestão da história no meu cérebro ou se correspondeu mesmo a um reavivar de uma memória adormecida mas, de repente, pareceu-me ver nitidamente, numa perspectiva do chão para cima, uma chama azul de um fogareiro contra um fundo de panela com mancha preta de fuligem..
Até agora, passados quase cinquenta anos, me apetecia tocar!
Como era atractivo e lindo aquele azul!

aj carneiro

acordando de um sonho novo e aos poucos só penso que o céu estivera ali todo aquele tempo e eu nunca reparara como era azul um céu assim


















foto aj carneiro

22/04/10

Hoje, no dia da Terra, a Nasa mostra-nos o Sol como nunca visto antes















Tu existes porque olhos te querem


Olhar

O teu lugar é
onde olhos te olham.
Tu nasces
onde os olhos se encontram.

Suspensa por um chamar,
sempre a mesma voz,
parece haver só uma
com que todos chamam.

Caías,
mas não cais.
Olhos te prendem.

Tu existes
porque olhos te querem,
olham-te e dizem
que tu existes.


Hilde Domin

Quem foi que à tua pele conferiu esse papel de mais que tua pele ser pele da minha pele

David Mourão-Ferreira

Preceito

  • Não pedir chuva quando a festa é dos outros.

Marchin On / Hoje sinto-me assim....right right....oh oh oh ...



For those days we felt like a mistake,
Those times when love’s what you hate,
Somehow,
We keep marching on.

For those nights when I couldn’t be there,
I’ve made it harder to know that you know,
That somehow,
We’ll keep moving on.

There’s so many wars we fought,
There’s so many things we’re not,
But with what we have,
I promise you that,
We’re marching on,
(We’re marching on)
(We’re marching on).

For all of the plans we’ve made,
There isn’t a flag I’d wave,
Don’t care if we bend,
I’d sink us to swim,
We’re marching on,
(We’re marching on)
(We’re marching on).

For those doubts that swirl all around us,
For those lives that tear at the seams,
We know,
We’re not what we’ve seen,

For this dance we’ll move with each other.
There ain’t no other step than one foot,
Right in front of the other.

There’s so many wars we fought,
There’s so many things we’re not,
But with what we have,
I promise you that,
We’re marching on,
(We’re marching on)
(We’re marching on).

For all of the plans we’ve made,
There isn’t a flag I’d wave,
Don’t care if we bend,
I’d sink us to swim,
We’re marching on,
(We’re marching on)
(We’re marching on).

Right, right, right, right left right,
Right, right, right, right left right,
Right, right,
We’re marching on.

We’ll have the days we break,
And we’ll have the scars to prove it,
We’ll have the bonds that we save,
But we’ll have the heart not to lose it.

For all of the times we’ve stopped,
For all of the things I’m not.

We put one foot in front of the other,
We move like we ain’t got no other,
We go when we go,
We’re marching on.

There’s so many wars we fought,
There’s so many things we’re not,
But with what we have,
I promise you that,
We’re marching on,
(We’re marching on)
(We’re marching on).

Right, right, right, right left right,
Right, right, right, left, right,
Right, right,
We’re marching on.

Right, right, right, right left right,
Right, right, right, left, right,
Right, right,
We’re marching on.

Percurso de corrida de manutenção #1 parte 4 ( de 4 km a 10 km)

















F I M




Mimosa boca errante


Mimosa boca errante
à superfície até achar o ponto
em que te apraz colher o fruto em fogo
que não será comido mas fruído
até se lhe esgotar o sumo cálido
e ele deixar-te, ou o deixares, flácido,
mas rorejando a baba de delícias
que fruto e boca se permitem, dádiva.

Boca mimosa e sábia,
impaciente de sugar e clausurar
inteiro, em ti, o talo rígido
mas varado de gozo ao confinar-se
no limitado espaço que ofereces
a seu volume e jato apaixonados,
como podes tornar-te, assim aberta,
recurvo céu infindo e sepultura?

Mimosa boca e santa,
que devagar vais desfolhando na líquida
espuma do prazer em rito mudo,
lenta - lambente - lambilusamente
ligada à forma ereta qual se fossem
a boca o próprio fruto, e o fruto a boca,
oh chega, chega, chega de beber-me,
de matar-me, e , na morte, de viver-me.

Já sei a eternidade: é puro orgasmo.

Carlos Drummond de Andrade,
do livro “O Amor Natural”

Há para aí muita gente que tem uma ideia errada do que é a democracia.


Por definição a democracia é o sistema político em que o poder não é detido por um soberano qualquer (rei, imperador, etc.) ou por uma elite, mas sim pelo povo, pelos cidadãos. 

Aqui é que a porca começa a torcer o rabo. 

O sistema dito democrático que vigora actualmente entre nós é comummente referido como uma “democracia representativa” que quer indicar um sistema em que os cidadãos delegam num número restrito de cidadãos o seu poder de decisão. É necessário assegurar que esta delegação de poderes se processe em eleições livres.
Antigamente, ou melhor, antes do 25 de Abril, eu ainda me lembro, também havia eleições, mas não eram livres, pois um determinado senhor, Sua Excelência o Senhor Ditador, era quem dizia aos eleitores, por ele escolhidos, em quem é que eles haviam de votar. 
Passou-se esse tempo e após a revolução dos cravos de Abril, alguém fez uma constituição para a neófita democracia que de democrática não tinha e não tem nada, uma vez que, incompreensivelmente, nem sequer foi plebiscitada. Talvez achassem que o povo era em geral analfabeto demais, para perceber os artigos de tão elevada sapiência. (teríamos de esperar dezenas de anos pelas “Novas Oportunidades” para mudar as estatísticas de iliteracia. 
É por causa desse documento que hoje temos um sistema em que meia dúzia de galifões, manda-chuvas dos partidos, é que escolhem em quem é que os cidadãos hão-de votar para os representar, governar e legislar em nome de todos. 
O cidadão apenas escolhe um partido que por sua vez apresenta listas para exercer o poder em nome do cidadão. Se eventualmente o cidadão quiser concorrer a um desses lugares de poder, não lhe é permitido fazê-lo, não tem essa liberdade. E nos partidos as listas são cuidadosamente elaboradas de modo a garantir a quem lhes interessa os lugares elegíveis para os primeiros do rol. 

Não será tudo isto, o mecanismo das eleições, muito parecido com o método da ditadura? 

Acho muito perigosa a semelhança. 

Não será que esta democracia é a melhor maneira de manter o povo caladinho de modo a que as sanguessugas que estão no poder possam chupar os ossinhos ao povo de forma tranquila? 

Não sou entendido em ciência política mas creio que não é preciso saber muito para perceber que andamos todos manobradinhos, a pão e circo, futebóis e tretas, com esta democracia partidocrática que nos conduz, há mais de trinta anos, de crise em crise (que afinal é sempre aguentada pelos mesmos, ou seja pelo povo) e quando dermos fé já nem teremos tutano nos ossos. 

Já não acredito em revoluções (pelos vistos são filicidas,  comem os próprios filhos) e por isso ando a pensar em que seria muito oportuno que surgisse, com a ajuda das novas tecnologias, um movimento pacífico de cidadãos que tomasse medidas inteligentes, justas e democráticas (escolhidas por sistemas a criar que possibilitassem uma directa participação de todos na escolha dos governantes, etc e tal) de modo a correr com essa gangada toda da cena ao som do grito libertário: “Idebus fudere carago!”


aj carneiro

21/04/10

não analises o que amas para que nenhum erro se infiltre no encanto

o perto, o longe

Não há definições minuciosas, quando aproximamos
O olhar daquilo que conhecemos surge o espanto,
Por vezes assustamo-nos; é no pormenor
Daquilo que é familiar que surge o perigo, e um certo
Desencanto. Por vezes é
Melhor não olharmos tempo de mais para o que
Amamos, alguém disse.
Dá atenção ao inimigo para o conseguires
Amar, não analises o que amas para que nenhum erro
Se infiltre no encanto. Se fiz isto, se o faço?

(Gonçalo M. Tavares, in "1"/ Relógio D' Água Editores)

dia de chuva



Havia algum tempo que se cruzavam com frequência no parque. Ela a cavalo e ele em corrida de manutenção. Trocavam apenas olhares, a cada dia mais cúmplices.
Naquele dia, apesar da chuva, sem motivo aparente, pararam pela primeira vez e iniciaram uma conversa banal sobre o tempo.
Poucos minutos depois, ela guiou-o até uma velha torre medieval remodelada para habitação, junto a um lago na periferia do parque.
Ondulante e tentadora desenhou-lhe o caminho a seguir, desde a porta de entrada até ao quarto, com todas as peças de roupa que ia largando uma a uma pelo chão.
Ele perseguiu-a a curta distância, predador irracional encantado pelo comportamento provocante da presa.
O que é que acontece se eu também me despir?
Digo-te o meu nome no fim.
Linhas de suor escorriam brilhantes pelo corpo fumegante enquanto tirava a roupa.
Viu que ela se auto acariciava na cama e se contorcia em desejo.
Deitou-se sobre ela lentamente. Entregaram-se voluptuosamente.
Trovejava. Não ouviram nada. 
Já estava vestido para ir embora mas ainda lhe beijava e sugava sem pressa os dedos dos pés.
Meu nome é Linda.
Olhou-a com ternura, sorriu, depositou um beijo nos dedos da mão e lançou-lho com um sopro.
Eu já sabia.

aj carneiro

Podemos beijar sem amor mas nunca amar sem beijar.















Podemos beijar sem amor
mas nunca amar sem beijar.
Beijar é muito melhor do que sexo,
comprova uma compatibilidade,
uma completa fusão
entre duas almas
maior do que penetração.
Se não existe a prova dos lábios
também não existe mais nada.
Ou vem do fundo do ser
e não precisa de explicação,
e é puro,
e é de perdição,
e é de salvação,
e é gesto de entrega feliz
que não precisa de fazer sentido
que sela uma união eterna
ou então é desilusão
mero tempo perdido.

aj carneiro

Ninguém é quem queria ser / ..Se o cifrão sustenta A química da vida Porque tens ainda medo de morrer?

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Somos a fachada
De uma coisa morta
Em vida como que a bater à nossa porta
Quando formos velhos
Se um dia formos velhos
Quem irá querer saber quem tinha razão?
De olhos na falésia
Espera pelo vento
Ele dá-te a direcção

Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
(ninguém) é quem queria ser
Eu queria ser ninguém.

A idade é ontem
Não pode ser motivo
Estás a ver um mundo
Feito um velho arquivo

Eu caminho e canto
Pela estrada fora
E o que era mentira
Poder ser verdade agora

Se o cifrão sustenta
A química da vida
Porque tens ainda medo de morrer?
Faltará dinheiro
Faltará cultura
Faltará procura dentro do teu ser

Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
(ninguém) é quem queria ser
Eu queria ser ninguém.

Diz-me se ainda esperas
Encontrar o sentido
Mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido

Não tens de olhar sem gosto
Nem de gostar sem ver
Ninguém é quem queria ser

Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
(ninguém) é quem queria ser
Eu queria ser ninguém.



canção de Manuel Cruz

O Sonho
















Certa vez o mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No sonho ele não tinha mais a mínima consciência de sua individualidade como pessoa. Ele era realmente uma borboleta. Repentinamente, ele acordou e descobriu-se deitado ali, um pessoa novamente.
Mas então ele pensou para si mesmo:
"Fui antes um homem que sonhava ser uma borboleta, ou sou agora uma borboleta que sonha em ser um homem?"

Don't let tomorrow be just any day

* * *

Preceito

  • Sorrir quando se atende o telefone. Quem estiver do outro lado perceberá pela voz.

20/04/10

Poema dos átomos

Talvez foder


No post anterior utilizei a palavra "foder" e resolvi meditar um pouco sobre ela. Assim...

Amor não se faz, vive-se. É um estado de alma. 
O sexo é que se faz. Ao fazer-se sexo pode haver amor ou não. 
Um dos grandes tabus da humanidade continua a ser o sexo. Mas o sexo não se destina só à procriação. As pessoa mais esclarecidas já encaram de outra maneira as questões relacionadas com dar e receber prazer. 
Normalmente, dizer "fazer amor" não choca tanto algumas pessoas como dizer " fazer sexo", por isso se utiliza mais a primeira expressão para as duas situações que são distintas. 
A meu ver, "fazer sexo" é "foder". 
"Foder" vem do latim vulgar "futere", ter relações com uma mulher e porque tem uma carga negativa muito grande (mas não devia ter) até é usada para insultar. "Vai-te foder" é um insulto e "Estou fodido" é uma auto depreciação. Isto, a meu ver, não respeita em nada as mulheres. 
Portanto, não deve haver nada de malicioso ou faltoso quando se pergunta a alguém: "Vamos foder?"
Talvez foder.
Eu prefiro, Talvez amar.
Se houver amor tem sexo incluído de certeza e as duas coisas juntas é que é bom. Se não houver sentimento então não é "Talvez" é simplesmente..."foder".
O que, por si só, também não tem mal nenhum. "Rais ma fodam" se eu não tenho razão. Pois claro!.

aj carneiro



Percurso de corrida de manutenção #1 parte 3 ( dos 2 km a cerca de 4 km)








continua num próximo post

19/04/10

Quando as mulheres rompem...


















A escritora afirma e eu concordo porque vivi recentemente uma situação destas..

" A ruptura é um flirt com a guerra, a guerra com o outro e também  a  guerra connosco. Para deixar alguém, é preciso, a certo momento, detestá-lo, nada mais ver que seus defeitos, as suas falhas. é preciso fazer dele um inimigo. É preciso também calar em nós a parte terna, aquela que ainda está tão ligada a este homem, que amamos mas que queremos abandonar.É preciso matar o outro e matarmo-nos um pouco a nós. Para o fazer, é preciso deixar jorrar para fora de nós o aspecto selvagem que geralmente refreamos, mas que, oculto na sombra das nossas posturas mais civilizadas, espera apenas a sua hora para irromper ao primeiro clique"

Isabelle Yhuel

Passos para um doutoramento em Física para que um dia possa compreender a Teoria das Cordas

Passo # 1 - Leitura


















Páginas: 750
Horas Previstas: 2400 min; 40 horas. (???)
Horas Já realizadas: 0

Preceito

  • Não demorar a pôr em prática uma boa ideia. Os outros também podem ter a mesma ideia. Quem actua primeiro é que tem sucesso.

Nunca te esquecerei (pelo menos enquanto ele esperar pelo comboio no apeadeiro de Parada)

recolher os destroços do coração para apontar a novos horizontes / porque no fim o amor que se dá vai sempre parar ao lixo
















Quando nos tornamos desconhecidos com máscaras demasiadamente vistas,

Quando não há mais vontade de enfrentar os dragões de mil cabeças,

Quando não há forma de percebermos as palavras e nos calamos.

E nos damos conta de que o sonho se tornou num pesadelo.

É então que assumimos que já perdemos grande parte do passado.

É por isso que vamos tentar aprender com os erros

E recolher os destroços do coração para apontar a novos horizontes

Porque no fim o amor que se dá vai sempre parar ao lixo.


aj carneiro

Percurso de corrida de manutenção #1 parte 2 ( de 100 metros a 2 km)






(continua noutro post posterior)

Espectacular Coro Virtual. As vozes foram recolhidas individualmente através da net.

Eric Whitacre's Virtual Choir - 'Lux Aurumque' fonte TED Talks

Eu preciso aprender a ser só



Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
E sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim tão só
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu calor
E ver que foi só um sonho e passou
Ah, o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Ah o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor

Percurso de corrida de manutenção #1 - parte 1 ( até 100 metros)



(continua num post posterior)

18/04/10

A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector

Os homens sombra das mulheres-montra


foto aj carneiro de uma montra de centro comercial

Amo viajar pelo tempo e pelo espaço...Odeio que não me permitam viver com as minhas asas...

trabalho de Scrapbook digital by Ana Carolina de Belo Horizonte

























Em Busca da Flor, Além

Porque procuras o Sol no infinito
irei contigo às estrelas
à procura do Sol

Porque sentes o aroma da flor
no cimo da montanha
irei contigo além
em busca da flor

Porque vives na noite
de um dia para nascer
esperarei contigo
pela vinda da aurora

Porque morres sozinho
sonhando
viverei contigo

na morte pela vida.



Domingos Florentino

O dia em que Eisntein morreu













esta foto retirada da net foi tirada em 1955 no dia em que Eisntein morreu e só agora foi tornada pública.