nunca se sabe o que nos pode passar pela cabeça

Vivo a procurar saber se estou vivo, se estou a sonhar, se vivo sonhando, ou se sonho vivendo. Não agito os comuns problemas existenciais do amor e da morte, apenas me coloco, sempre que posso, no lugar de observador. E, de certa maneira, sou quase feliz porque não pretendo sê-lo de qualquer maneira.
António José Costa Carneiro | Cria o teu cartão de visita

14/07/10

Há noites assim


















(foto aj carneiro)

poema dito por ajc

  



Há noites que são feitas dos meus braços 
e um silêncio comum às violetas 
e há sete luas que são sete traços 
de sete noites que nunca foram feitas 

Há noites que levamos à cintura 
como um cinto de grandes borboletas 
E um risco a sangue na nossa carne escura 
de uma espada à bainha de um cometa 

Há noites que nos deixam para trás 
enrolados no nosso desencanto 
e cisnes brancos que só são iguais 
à mais longínqua onda de seu canto 

Há noites que nos levam para onde 
o fantasma de nós fica mais perto: 
e é sempre a nossa voz que nos responde 
e só o nosso nome estava certo.

Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esferas
Os astros que se olham de perfil

Natália Correia

Sem comentários:

Enviar um comentário