Confesso que durante muito tempo pensei que havia muita coisa na vida que durava para sempre, tais como os pais, os amigos, o amor e por aí fora, mas, com bastante dor, descobri com o tempo que não é bem assim.
Na vida, tudo passa, tudo muda. As pessoas chegam e partem, as dores marcam-nos e atenuam-se, o medo paralisa-nos e desaparece, a desilusão instala-se e dá lugar ao sonho, as lágrimas caem e secam-se com sorrisos, a solidão é preenchida com amigos que chegam e um dia partem também.
Amores, mais cedo ou mais tarde acabam, mesmo contra nossa vontade, não podemos fazer nada para confirmar se afinal podem durar para sempre.
E depois, o que fica?
O que nos resta são apenas as memórias dos factos consumados, boas ou más.
Somos sobretudo seres solitários que caminham temporariamente acompanhados. Ficam-nos os sinais de quem nos acompanhou por breves etapas e que num certo instante, quase sempre inesperado, tomou outra direcção e desapareceu do nosso alcance.
A lei é simples: vão uns e vêm outros. A um amor perdido, segue-se uma nova paixão.
Perdemos sempre um pouco de nós em cada partida, em cada mudança, no fim de um enamoramento, mas ganhamos um pouco também de quem parte. É assim mesmo.
Custa a enfrentar esta realidade, ver partir alguém para nunca mais voltar. Nem sequer é bom pensar nas situações de partida provocadas pela morte de pessoas que amamos muito.
Amores e amigos, vêm e vão e ao passarem pelo nosso espírito ganham raízes que duram para toda a nossa existência mesmo que o acaso nos separe definitivamente.
Somos viajantes do tempo e do espaço e os outros seres que encontramos são breves companheiros de jornada. Devemos aprender a desfrutar da sua companhia enquanto podemos porque raros são os regressos e quando acontecem, nada será igual ao que já foi.
Adeus Amor de algum dia.....Olá nova eterna paixão!
aj carneiro
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